Palavras soltas
Ao fim de semana, gosto de ler o Expresso e todo aquele conjunto de cadernos, folhas e jornais. Curiosamente, e nem sei bem porquê, também decidi folhear uma Notícias Magazine que por ali estava. Até era da semana passada. Lá fui virando e virando as folhas da revista e, mesmo lá no fim, dei com estas palavras de Isabel Leal:
A solidão mais terrível, mais dorida e arreigada é sempre aquela que inscrita em nós, nos impede de amar os outros e de os deixar ocupar espaço dentro de nós. E dessa, só nós temos, além do mal, a cura.
Fiquei a pensar nestas palavras e também fiquei a pensar que a verdade é que já senti isso mesmo: não deixava ninguém ocupar espaço dentro de mim, não deixava ninguém aproximar-se de mim e, sobretudo, o mais difícil era ter esta noção e continuar presa na minha solidão. E também fiquei a pensar que ser voluntária do Porto Solidão, para além de me fazer sentir útil, também me ajudava a verbalizar "as minhas solidões" e que, ao ter disponibilidade para ir ter com o Outro, acabei por ter mais espaço dentro de mim. E era isto que aqui queria partilhar convosco.